sábado, 8 de dezembro de 2012

A Máquina do tempo...

 
Suponhamos que fosse possível construir uma máquina do tempo e que alguém fosse em Wittenberg em 01 de novembro de 1517 e convidasse o reformador Alemão Martinho Lutero, a fazer uma visita ao século XXI.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, com certeza Lutero se encantaria com a beleza da cidade, com o topografia privilegiada da capital fluminense, com a espontaneidade do carioca e com a alegria do povo brasileiro. Todavia, se fosse levado a uma igreja neopentecostal o grande Reformador ficaria apavorado.
Imaginemos então o diálogo entre Lutero e um apóstolo tupiniquim:
Lutero: Boa tarde! Estou feliz por estar aqui na cidade maravilhosa, Me disseram que o Rio de Janeiro possui milhões de protestantes. Louvado seja Deus pela salvação deste povo.
 

Apóstolo: Grande Lutero, eu declaro a bênção de Deus sobre sua sua vida, eu determino a vitória sobre sua vida, e ministério.

 

Lutero: Como assim determino? Por acaso não é Deus que possui este poder?

 

Apóstolo: Lutero, por acaso você nunca leu na Bíblia que tudo aquilo que Jesus conquistou na cruz é direito nosso? Ora, você desconhece o fato de que não somos cauda e sim cabeça? Não entende que temos poder para fazer o homem prosperar e crescer segundo a vontade de Deus?

 

Lutero: Apóstolo, Aliais, apóstolo? Estranho isso! Sua interpretação bíblica está absolutamente equivocada!

 

Apóstolo: Lutero, você não entende dos mistérios de "Papai", deixemos isso para lá! Bem, soube que você compôs uma canção chamada "Castelo Forte" e que nela você diz o seguinte "se tivermos que perder, família, bens, poder." Por acaso você disse isso mesmo? Meu Jesus amado, quanta ignorância! Rapaz será que você nunca ouviu falar na unção da nobreza? Deixe-me lhe dizer uma coisa: você está atrasado meu filho! Se você não tomar posse da bênção, vais morrer na miséria. Mas, veja bem, vou lhe ensinar uma coisa: Se você contribuir com o meu ministério internacional e apostólico semeando ofertas generosas de 10 mil dólares, em minha conta pessoal, sua vida mudará da água para o vinho. Você crê nisso? Então decrete a bênção!
 

Lutero: Como é que é? Eu que bebo a cerveja de Wintteberg e você que fica de porre? Isso é simonia!

 
Apóstolo: "Simo" o que?
 

Lutero: Venda de indulgências. Você está fazendo exatamente o que a igreja Romana fez em minha época. Isso é pecado, é heresia e precisa ser combatido.
 

Apóstolo: Preste atenção como fala comigo, eu sou autoridade e questionar meus ensinos e decretos é tocar no ungido do Senhor. Cuidado, porque eu tenho poder para amaldiçoa-lo em nome de Deus.

 

Lutero: Mas quem age assim é o papa e seus cardeais. É o Papa que toma pra si uma autoridade que não lhe pertence. O papa diz que ele é representante de Deus, vigário de Cristo e que quando ele fala "ex-cátedra" sua palavra é inquestionável.
 

Apóstolo: Vejo que você não entende nada! Eu sou ungido do Senhor! Eu sou apóstolo ao contrário de você que é um mongezinho. Caro Lutero, diante da sua arrogância em me enfrentar eu profetizo sua miséria até que se arrependa do seu pecado e me honre com as suas primícias.

 

Lutero: Como assim?

 

Apóstolo: É simples meu caro alemão. Tudo aquilo que receber você destinará uma pequena parte para honrar o meu ministério. Agindo assim, Deus te abençoará.
 

Lutero: Seu filho do diabo até quando perverterás o povo de Deus? Isso que está fazendo afronta a Palavra de Deus. Por favor me diga aonde é sua igreja? Preciso levar umas coisinhas para lá?

 

Apóstolo: Vejo que se arrependeu meu caro alemão. A minha igreja fica na Rua da prosperidade, no bairro da unção profética.

 

Lutero: Não. Não me arrependi. Gostaria de colocar na porta de sua igreja a cópia de umas teses que ontem coloquei no Castelo de Winttenberg.

 

Que Deus tenha misericórdia da Igreja Brasileira.

 

Por Renato Vargen

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Estou Cansado.....

No presente texto, almejo expressar um pouco do cansaço que tenho. Porém, proclamo a força que sinto quem vem da Bíblia.

Estou cansado, sendo eu cristão protestante, me confundirem com “evangélico” como se fosse tudo a mesma coisa.

Estou cansado, e é de não suportar o fundamentalismo evangélico em suas doutrinas extra-bíblicas.

Estou cansado de ver as pessoas pensarem que a Bíblia é um livro mágico ou “psicografado” pelo Espírito Santo.

Estou cansado de ver a tradição de liberdade de entendimento e comunhão com Deus serem desvalorizadas devido a pseudo-necessidade de um “líder” que me diz o que pode e o que não pode ser feito.

Estou cansado de ver “líderes” que querem nos impor inspirações doutrinais, sendo que a Bíblia é o que é: expirada Palavra de Deus.

Estou cansado de ouvir o Evangelho da prosperidade, coisa esta que só traz miséria para a alma. O Cristianismo não é comércio.

Estou cansado dos cultos-shows, onde a forma de espetáculo é importante e o conteúdo da fé é desprezado.

Estou cansado da “listinha” moralista-legalista acerca das Escrituras, sendo que a lei maior de Jesus é o AMOR.

Estou cansado dos discursos repetitivos e absurdos dos que mercadejam a Palavra de Deus.

Estou cansado dos programas de rádio e televisão em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do Evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições.

Estou cansado de tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração em que visam exclusivamente encher os seus templos, e não conversar com Deus.

Estou cansado dos amuletos evangélicos. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.

Estou cansado com a leitura simplista que correntes evangélicas fazem da realidade.

Estou cansado de ver pessoas confundirem Evangelho com auto-ajuda ou confissão positiva.

Estou cansado, e sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração demoníaca, e não como fruto de uma construção social perversa.

Estou cansado, e não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam o Brasil e o mundo.

Estou cansado da repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza.

Estou cansado dos estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual.

Estou cansado de gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios.

Estou cansado dos livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes.

Estou cansado de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.

Estou cansado de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança.

Estou cansado das vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.

Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.

Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um petulante. Determinei lutar para não atrofiar o meu coração.


Pastor: Luciano Paes Landim

sábado, 13 de outubro de 2012

ADORAÇÃO


Psicólogos, sociólogos procuram a resposta da pergunta; Porque o homem adora? Uma coisa os teólogos sabem; o ser humano é um adorador, feito por Deus com espírito religioso e por isso adora algo.
Devemos saber que o objetivo maior dos escolhidos por Deus é; a glorificação a Deus e alegra-se nEle! Então vem uma pergunta: Temos adorado a Deus de uma maneira correta? Quais as bases verdadeiras do culto que prestamos a Deus? Amar a Deus de uma forma racional é um grande desafio para a igreja atual.
Hoje vemos muitos adoradores entediados, e esse sempre foi ao longo dos tempos um dos maiores inimigos intimo do povo de Deus, no que se refere à sua vida como adorador e se que cultua seu Deus (Dt 6:4-5).
Então, quais as ferramentas para que a vida daquele que adora e cultua a Deus possa expressar um verdadeiro culto em “espírito e em verdade” (Jo 4:24).

EXPOSIÇÃO GERAL
·         ADORAÇÃO: Significa ação de adorar. Amor extremo.
Sinônimo de adoração: culto, homenagem e veneração.

·         ADORADOR: Significa pessoa que adora uma divindade e que ama com excesso
Sinônimo de adorador: adorante, idólatra e venerador.

·         LOUVOR: Significa ato de enaltecer alguém ou alguma coisa; elogio, apologia.
Sinônimos de Louvor: elogio, encómio, gabo, hosana, panegíricio e preconização.

·         LOUVAR: Significa exaltar, glorificar: louvar a Deus. Dispensar elogios a alguém decantar-lhe os méritos: louvar um poeta. Avaliar; calcular o valor de (por meio de laudos de peritos). Louvar-se em, apoiar suas afirmações na autoridade de alguém: louvo-me em mestres do assunto.
Sinônimos de Louvar: abençoar, bendizer, elevar, elogiar, enaltecer, encomiar, engrandecer, exaltar, gabar, gloriar, glorificar, preconizar, ufanar e vangloriar.

EXPOSIÇÃO BÍBLICA
LATREIA (do grego): Seu significado principal é serviço ou culto. Denota o serviço prestado a Deus, pelo povo inteiro e pelo individuo, tanto externamente no ritual, como internamente no coração. E o serviço que se oferece a divindade através do culto, formal, ritualístico e através  do oferecimento integral da vida (Ex 3:12; Dt 6:13; Mt 4:10; Lc 1:74; Rm 12:1)

LEITOURGIA (do grego): Composta de duas papalvras gregas, povo (Laós) e trabalho (Érgon), significa serviço do povo. No AT aplicava-se ao serviço oferecido a Deus pelo Sacerdote, quando apresentava o holocausto sobre o altar de sacrifícios (Js 22:27; 1Cr 23:24-28). 
Liturgia é um serviço praticado na igreja (ou em outros ambientes) e por isso inclui o falar, ouvir e ler, que é atos praticados no serviço do povo, isto porque já na época do AT já havia atos litúrgicos que faziam parte dos cultos em Israel.
 No NT aplica-se essencialmente ao serviço que Cristo oferece a Deus, pois ele é o nosso Liturgos (Hb 8:2,6). No geral é o serviço que a comunidade oferecem a Deus à semelhança do serviço realizado por Jesus (Rm 15:16 Fp 2:17; At 13:2)
PROSKUNEIN (do grego): Originalmente significava beijar. No AT significa curva-se, tanto para homenagear homens importantes e autoridades (Gn 27:29; 1Sm 25:23), como para adorar a Deus (Gn 24:52; 2Cr 7:3; Sl 95:6)
No NT denota exclusivamente a adoração que se dirige a Deus (At 10:25-26; Ap 19:10; 22:8-9) Em seu emprego absoluto significa participar do culto público, fazer orações, entoar hinos e adorar (Jo 12:20; At 8:27; Ap 4:8-11).
 ·         CONCLUSÃO
A adoração e o louvor tem que está presente em nossas vidas como; igreja e como indivíduos que nasceram para glória de Deus.
Que você possa ter aprendido, um pouco mais acerca do Culto Cristão. Devemos ter um coração voltado para Deus e o serviço que prestamos a ele, seja na música, na leitura da Bíblia, nas orações e nos sacramentos. Que a igreja de Cristo militante e atuante na terra possa está sempre na direção correta para em tudo e em todas as coisas adorar a Deus em verdade (Jo 4:24).

Por: Reverendo: Silvio Ribeiro

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Uma resposta para o artigo "A Bíblia como você nunca leu", publicada na revista Superinteressante (junho 2012)

“Sam, poderia nos contar a parábola do bom samaritano?”, perguntou o pastor responsável por entrevistar o jovem que desejava se tornar ministro. Sam começou a contá-la: “Um homem estava viajando de Jerusalém para Jericó e ele caiu no meio dos espinheiros. Aconteceu que ele perdeu o dinheiro. Então, ele se dirigiu à rainha de Sabá, e ela lhe deu mil talentos de ouro e uma centena de vestes. O homem tomou uma carruagem e dirigiu ferozmente. Enquanto ele dirigia, seu cabelo ficou preso numa árvore. Ele ficou pendurado lá muitos dias e os corvos trouxeram comida para ele comer e água para beber. Mais tarde, quando novamente estava faminto, ele comeu cinco pães e dois pequenos peixes. E uma noite, enquanto ele estava dormindo, pendurado ali, sua esposa Dalila veio e cortou seu cabelo, e ele caiu em um solo pedregoso. Nisso, começou a chover por quarenta dias e quarenta noites, até que ele entrou numa caverna e sobreviveu comendo gafanhotos e mel silvestre. Então, ele encontrou um servo de Deus que disse: ‘Venha jantar em minha casa’, mas ele começou a dar desculpas e respondeu: ‘Não, eu não vou. Casei-me com uma mulher e não posso ir.’ Após ter sido pressionado pelo servo de Deus, ele foi. Logo depois do jantar, ele se dirigiu para Jericó. Chegando lá, ele viu a rainha Jezabel sentada numa janela, no alto. Ela riu desse homem o que o fez ordenar: ‘Joguem essa mulher para baixo.’ Eles a jogaram. O homem novamente disse: ‘Joguem-na para baixo.’ E eles a jogaram de novo, setenta vezes sete. Os restos que sobraram encheram doze cestas. Então eles lhe perguntaram: ‘Na ressurreição, de quem ela será esposa?’”
Apesar de criativa, essa não é a parábola do bom samaritano. Conhecimento superficial da Bíblia não era exatamente o problema desse jovem. Compreendê-la de maneira sensata e lógica era sua maior necessidade. Foi mais ou menos assim que imaginei os autores Alexandre Versignassi e Tiago Cordeiro, na matéria “A Bíblia como você nunca leu”, publicada na revista Superinteressante (junho de 2012). Sensatez e seriedade – e eu acrescentaria uma pitada de honestidade com os fatos ­– foi o que de fato não encontrei ao longo das páginas dessa reportagem.
Isolar um texto do seu contexto literário e histórico é algo no mínimo perigoso e irresponsável. O respeitado arqueólogo agnóstico William G. Dever, em sua obra What the Biblical Writers Know and When Did They Know it? [O que os Autores Bíblicos Sabiam e Quando eles Ficaram Sabendo?, em tradução livre] (Eisenbrauns, 2002), ataca ferozmente essa postura desconstrucionista de deixar o leitor com as rédeas do conteúdo lido, não o autor da obra. Esse comportamento tem sido visto em diversas áreas do saber, inclusive no que diz respeito à literatura sagrada judaico-cristã.
Usando uma palavra do vocabulário religioso, gostaria de dizer que a matéria da Super pecou em três aspectos:
Primeiro: muitos céticos e cristãos se esquecem de que as Escrituras foram produzidas há aproximadamente três milênios, foram escritas em outros idiomas (hebraico, aramaico e grego) e por pessoas com uma mentalidade bem diferente daquela a que estamos acostumados no mundo ocidental. O ateu Sam Harris pode ser um bom neurocientista, mas é alguém com pouquíssimo preparo para ser um intérprete bíblico, como pode visto em sua obra Carta a uma Nação Cristã (Cia. das Letras, 2007). Harris cometeu erros crassos comparando leis e regulamentos bíblicos com a sociedade pós-iluminista! Ciente desse tipo de comparação em seus dias, C. S. Lewis qualificou essa prática como “desdém cronológico”. Para que essas leis e regulamentos façam sentido, devemos compará-las com documentos do 3º e do 2º milênios antes de Cristo.
Segundo: a necessidade de uma diferenciação entre descrever e prescrever. Dizer que Lameque teve duas mulheres (Gn 4:19) não sugere que os que creem na Bíblia como Palavra de Deus imitem esse procedimento. Nem que os relatos de relações incestuosas nas páginas do Antigo Testamento devam ser imitados por nós hoje. Podemos extrair princípios positivos e negativos de cada uma das histórias, mas isso não implica em imitar o comportamento de seus personagens. Com isso não estou querendo amenizar o conteúdo de certas porções das Escrituras que são chocantes, em alguns momentos, mas apenas ressaltar o que essas porções de fato são: narrativas.
Terceiro: apesar de o título da matéria sugerir uma novidade nunca vista, muito já foi dito e escrito a respeito dos tópicos ali levantados, e é lamentável perceber como respeitados pesquisadores foram deixados de lado. Há pouco mais de um ano, foi lançada a obra Is God a Moral Monster? Making Sense the Old Testament God (Baker, 2011), de Paul Copan. São mais de duzentas páginas lidando com passagens difíceis do Antigo Testamento. Copan é cristão, mas será que automaticamente isso o desqualifica para ter suas opiniões contrastadas com as dos pesquisadores citados?
Vejamos como essas três considerações nos ajudam a entender os questionamentos levantados pela matéria de Alexandre Versignassi e Tiago Cordeiro.
Escravidão. Essa foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas, quando eles saíram do Egito (cf. Êx 21:1-11). Na lei mosaica, sequestrar alguém para ser vendido como escravo era um crime punido com pena capital (Êx 21:16). Um escravo hebreu deveria trabalhar apenas seis anos para pagar sua dívida, sendo libertado no sétimo ano, sem pagar nada (Êx 21:2). Além disso, ele deveria receber de seu proprietário alguns animais e alimentos para recomeçar a vida (Dt 15:13, 14). Durante seu período de serviço, o(a) escravo(a) teria um dia de folga semanal, o sábado (Êx 20:10).
Notou alguma diferença entre a escravidão bíblica e aquela mantida em nosso país, há alguns séculos? A diferença também é significativa quando comparamos essas passagens bíblicas com o famoso Código de Hamurabi, rei de Babilônia, no 18º século a.C. Se algum escravo fugisse, ele deveria ser morto; enquanto em Israel esse escravo deveria ser protegido (Dt 23:15, 16). Proteger um escravo fugitivo, em Babilônia, era uma grande ofensa, também punida com morte, como evidenciado nas leis 15-20 do referido código.
Alguém pode questionar o motivo pelo qual Deus não aboliu a escravidão entre os israelitas. Lembre-se de que eles estavam inseridos numa cultura impregnada dessa prática. Mesmo que Deus a abolisse, isso não mudaria a forma como eles pensavam. A título de ilustração, imagine o árduo processo cultural para tornar a Arábia Saudita em uma democracia! Mesmo que essa mudança fosse feita, ainda levaria um bom tempo até que a mentalidade da nação fosse mudada. No entanto, a legislação israelita oferecia um tratamento muito mais humano para os escravos, colocando escravo e senhor em pé de igualdade (cf. Jó 31:13-15). No livro Is God a Moral Monster?, Copan se demora nesse assunto, demonstrando as diferenças positivas dessa atividade em Israel com o restante do Antigo Oriente Médio.
Juros. A matéria cita uma passagem inexistente: Deuteronômio 23:30. O texto correto é Deuteronômio 23:20, onde lemos: “Ao estrangeiro emprestarás com juros, porém a teu irmão não emprestarás com juros para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em todos os teus empreendimentos na terra a qual passas a possuir.” A primeira impressão do texto é óbvia: “bênção” como resultado de um tratamento de exploração para um não israelita. O que os articulistas se esqueceram de notar é que o termo hebraico para estrangeiro, nessa passagem, é nokri, que está relacionado com alguém que estava em Israel para fazer negócios e não para viver nessa nação, como é o caso do vocábulo ger, também traduzido como estrangeiro na maioria das versões bíblicas. Em outras palavras, para aqueles que estavam em Israel com propósitos monetários, deveriam ser cobrados juros. Uma séria introdução para o assunto das finanças na Bíblia pode ser lida em Nem Riqueza, Nem Pobreza: As posses segundo a teologia bíblica (Esperança, 2009), escrita por Craig Blomberg, do Denver Theological Seminary, nos EUA.
Vinho. Existem várias palavras para vinho nas línguas originais do Antigo e do Novo Testamentos. Realmente, não é tão simples estabelecer com precisão quando a Bíblia está falando do puro suco de uva ou do vinho (fermentado). No entanto, de acordo com o erudito em Novo Testamento D. A. Carson, da Trinity Evangelical Divinty School, se alguém deseja ter uma ideia de como era tomar vinho nos tempos bíblicos, é necessário diluir uma medida de vinho em duas de água. É por isso que o Apocalipse faz menção da taça da ira de Deus “sem mistura” (Ap 14:8). Essa era a prática comum nos dias de Cristo. Quando não havia essa mistura e o vinho era bebido puro, era considerado “bebida forte”, como aparece em diversas passagens bíblicas.
No caso da Santa Ceia, a última refeição de Jesus com Seus discípulos, o que temos ali era suco de uva, já que naquele mesmo dia teve início a festa dos pães asmos, ou sem fermento, em que qualquer alimento ou bebida fermentada deveria ser retirado da casa dos israelitas por uma semana. Sendo judeu, dificilmente podemos imaginar Jesus tomando algo como nosso vinho tinto naquela ocasião.
Sexualidade. Para aqueles que afirmam a Bíblia tem uma visão estreita sobre a sexualidade, sugiro a leitura de Cântico dos Cânticos. Trata-se de um longo poema que descreve o amor entre um rei, isto é, Salomão, e sua amada, carregado de um belo simbolismo erótico. Ao longo dos oito capítulos, não se encontra em lugar algum a ideia do sexo para procriação, apenas como fonte de prazer. Esse conteúdo “surpreendente” levou diversos teólogos cristãos a fazerem uma leitura alegórica do livro, tentando, assim, apresentar um relacionamento entre Deus (o rei) e Sua igreja (a esposa). Após a reforma protestante no século 16, o livro de Cantares começou a ser analisado como ele é de fato: um poema amoroso. Uma excelente introdução ao assunto da sexualidade no Antigo Testamento por ser vista em The Flame of Yahweh: Sexuality in the Old Testament (Hendrickson, 2007), escrito por Richard Davidson, da Universidade Andrews (EUA).
A imagem da sexualidade que se obtém das páginas da Bíblia Hebraica foi sumarizada por Davidson nestes cinco itens: (1) a sexualidade foi criada por Deus; (2) a sexualidade é para casais; (3) a sexualidade representa igualdade; (4) a sexualidade é fonte de prazer; (5) a sexualidade revela a imagem de Deus. A influência católica a que fomos expostos não nos permite observar esses tópicos com naturalidade. No entanto, cada um desses assuntos pode ser apreciado numa leitura natural dessa obra de Salomão e dos dois capítulos iniciais de Gênesis.
Poligamia. Se essa (acima) é a imagem da sexualidade nas páginas da Bíblia, o que fazer com aqueles textos em que lemos sobre Davi e Salomão tendo várias mulheres? O exemplo citado na Super é o mais gritante: o harém de Salomão contava com setecentas mulheres (1Rs 11:3). A passagem também menciona que ele tinha trezentas concubinas. De acordo com James Hoffmeier, respeitado egiptólogo também da Trinity Evangelical Divinity School, nos EUA, quando um rei enviava sua filha para se casar com outro monarca, era comum enviar algumas servas com a noiva. Essa prática é recorrente nos tabletes de Tell-el-Amarna, descobertos no Egito, no século 19. É bem provável que estejamos vendo essa prática na vida de Salomão.
Independentemente disso, o fato é que uma leitura atenta das narrativas de homens que se envolveram na prática da poligamia demonstra não somente a desaprovação divina, mas também os fracassos resultantes. As histórias de heróis bíblicos que se aventuraram nessa prática, entre eles Abrãao, Jacó, Esáu, Gideão, Davi e o próprio Salomão, registram consequências desastrosas para os filhos e as gerações posteriores. É prudente se lembrar de que a frase “o homem segundo o coração de Deus” aplicada a Davi (1Sm 13:14), foi dada num período em que esse personagem provavelmente nem sequer era casado. Em momento algum os autores bíblicos endossaram a prática promíscua de Davi e dos homens citados anteriormente.
Homossexualidade. Mesmo se Davi tivesse tido relações íntimas com seu amigo Jônatas – o que não concordo –, é preciso se lembrar de que, pelo fato de a Bíblia narrar um incidente, isso não significa que ela o aprove. O motivo pelo qual as Escrituras mantêm opinião contrária às práticas homossexuais é simples: sexualidade é algo sagrado. Não podemos violá-la. Esse é o mesmo motivo pelo qual as Escrituras se opõem ao racismo: nossa etnia é sagrada, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26). Remover o fundamento que se opõe à homossexualidade é também remover o fundamento segundo o qual não existem diferenças entre raças.
Puro e impuro. As leis de pureza e impureza não foram uma invenção da religião israelita. O acadêmico adventista Roy Gane, que estudou sob a tutela do falecido rabino Jacob Milgrom, uma das maiores autoridades sobre o livro de Levítico, demonstra claramente esse tipo de legislação ritual em todo o território do Antigo Oriente Médio em sua obra The NVI Application Commentary Leviticus and Numbers: From the biblical text… to contemparary life (Zondervan, 2004). De acordo com Gane, essas leis estavam relacionadas com vida (pureza) e morte (impureza). Tudo o que lembra morte, isto é, emissão de sangue, sêmen, tocar em um cadáver, lepra, etc. era considerado impureza. O Deus bíblico age de acordo com a realidade daqueles para quem Ele Se revela. Em lugar de simplesmente encerrar as práticas de sacrifícios, Ele instituiu um objetivo para o qual todos os sacrifícios de animais apontariam a partir daquele momento. A religião israelita era uma religião ritualística, e, como tal, encontrou seu cumprimento no ministério e na morte de Jesus Cristo, para quem quase todos os regulamentos apontavam.
Valorização da mulher. Ao contrário do que a matéria da Super apresentou, a Bíblia coloca a mulher numa posição elevada. Apenas a título de ilustração, ela é criada em igualdade com o homem, como evidenciado na expressão hebraica ‘ezer kenegdo (“auxiliadora idônea”, Gn 2:18), dando a ideia de um parte correspondente. Em Provérbios 31, a mulher é apresentada como desenvolvendo atividades de extrema importância, como escolha de um terreno para compra. No livro de Jó, onde há elementos linguísticos, geográficos e históricos que situam os eventos narrados durante o fim do 2º milênio a.C., as filhas de Jó recebem uma herança, assim como os filhos. Isso é inédito para aquela época. Jó está em desacordo com as leis da época, mas age como Deus agiria: com igualdade.
No Novo Testamento, a situação é ainda mais clara. A valorização da mulher por parte do fundador do cristianismo é algo fascinante. Em João 4, Ele conversa com uma mulher à luz do dia, prática essa totalmente desencorajada naquela sociedade. No relato de Sua ressurreição, a primeira pessoa a encontrá-Lo ressuscitado é uma mulher, Maria Madalena. O testemunho de uma mulher não era sequer levado a sério num tribunal, como atesta o historiador judeu do 1º século d.C. Flávio Josefo. Mesmo assim, a pessoa a quem Jesus resolveu Se mostrar após o evento que Lhe garantiu a vitória sobre a morte foi uma mulher.
Dizer que as mulheres deviam ser submissas aos maridos (Ef 5:22) é apenas uma parte da verdade. Existe uma responsabilidade masculina: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5:25). Não há espaço para um comportamento tirânico por parte do homem. O respeito da esposa pelo marido deve ser balanceado com o amor incondicional do esposo pela esposa. Dificilmente pode-se ver machismo aqui.
A publicação deste artigo da Super me fez lembrar de uma história. C. S. Lewis, no livro A Última Batalha, o último da sua obra As Crônicas de Nárnia, descreve a maior crise já enfrentada pelos narnianos. Uma falsa representação de Aslam, o Grande Rei, minava a esperança no coração dos moradores de Nárnia. No entanto, o rei Tilian e duas crianças vindas de Londres estavam dispostas a lutar pela liberdade daquele país. Quando eles viram um grupo de anões sendo levados como escravos, renderam os guardas que os levavam e puseram em liberdade os prisioneiros. Em lugar de um sentimento de gratidão e da prontidão de lutar pelo verdadeiro Aslam, os anões se tornaram céticos quanto à existência do Leão. O que se ouviu foram frases carregadas de desprezo e indiferença quanto Àquele que fundara Nárnia. Apenas um dos anões se uniu ao grupo do rei Tilian. No final da história, quando o próprio Aslam se revela, estes mesmos anões conseguem se tornar mais céticos. Belas violetas para eles são como palha. O local paradisíaco em que eles estão é somente escuridão em suas mentes. Finalmente o Leão lhes oferece um maravilhoso banquete, mas, ao comerem, pensavam estar comendo capim e bebendo água suja tirada do cocho de um jumento. Reclamações, injúrias era tudo o que eles conseguiam dizer. “Eles não nos deixarão ajudá-los”, disse Aslam. “Preferem a astúcia à crença”.
Os anões de Nárnia se parecem com a nossa sociedade ocidental. Não foi uma cosmovisão panteísta ou naturalista que nos trouxe ao patamar que nos encontramos de tolerância e igualdade. O único fundamento que poderia ter proporcionado essa moldura moral que temos hoje é o Teísmo judaico-cristão. Liberdade de consciência não foi uma contribuição do iluminismo, mas sim da reforma protestante do século 16. Mesmo assim, muitos se tornam vorazes combatentes da fé cristã e como britadeiras, desejam destruir o fundamento sobre o qual estão em pé. O jornalista Matthew Parris, ateu e homossexual, foi claro em um dos seus artigos no jornal britânico The Times [http://richarddawkins.net/articles/3502-matthew-parris-as-an-atheist-i-truly-believe-africa-needs-god ] afirmando que a África precisa de Deus. Quem sabe em breve vejamos alguém com esta sinceridade dizendo que nossa nação precisa de Deus.
Por: Luiz Gustavo Assis é Bacharel em Teologia e pastor em Porto Alegre, RS)

sábado, 18 de agosto de 2012


PREDESTINAÇÃO VERSUS LIVRE ARBÍTRIO

Um dos mais perplexos problemas para o ensino da Palavra de Deus tem sido corretamente ensinar a relação entre a doutrina da eleição e a doutrina de salvação pela graça. Estas duas doutrinas são mundialmente debatidas por Cristãos conservativos que são divididos em duas posições “Calvinistas” e “Arminiana”. Para entender o suposto problema devemos olhar por várias posições, os termos usados e apontar outras dificuldades em relação aos extremos Calvinistas e Arminianos.

Norman Geisler nesta obra aponta-nos o perigo dos extremos de ambos os lados. A predestinação de Deus e a livre-escolha do ser humano segundo Geisler são um mistério; mas não uma contradição. Elas permanecem além da razão, mas não contra a razão. Istoé são, incongruentes, mas também não podemos entender como se complementam.

 Muitos evangélicos que aceitam literalmente a interpretação das Escrituras têm encontrado melhor entendimento rejeitando o extremismo do sistema Calvinismo quanto do Arminianismo. Ambos têm caído na armadilha preparada pelo conhecimento do homem, que tenta explicar e sistematizar a cada ato de Deus. Deus claramente não disse tudo ao homem a seu respeito, nem tão pouco “porque” de tudo que Ele tem feito. Mas o que Ele tem revelado devemos crer, confiar, aceitar e viver.

Muitos na história têm caído em armadilha por ir além da Escrituras, vai com a razão humana tentar explicar e sistematizar as ações de Deus. O resultado de tal racionalização é que em muitos casos, caem em extremismos.  

É um extremismo afirmar que Deus predestinou alguns homens a serem condenados e não oferecê-los salvação E igualmente uma extrema afirmação que o homem ganha a salvação por mérito. Cada perspectiva que procura violar ensinos bíblicos, não podem ser verdades. Voltando para o pensamento de Geisler devemos rejeitar os extremos tanto dos Calvinistas quanto dos Arminianos. Não devemos tomar como base Para defender nossa posição.  

CALVINISTAS EXTREMADOS:

Segundo Geisler, Calvinista extremado é alguém que é mais calvinista do que João Calvino, de cujos ensinos vem o termo. Visto ser possível argumentar que João Calvino não cria na expiação limitada ( que Cristo morreu somente pelos eleitos), segue-se que os que fazem são calvinistas extremados. Embora, continua Geisler, as raízes de muitos pontos do calvinismo extremado possam ser traçadas até o período final da vida de Agostinho, seu começo no mundo moderno reporta a Teodoro Besa, discípulo de João Calvino e colaborador de Dort, sínodo que formulou uma confissão calvinista em resposta aos seguidores de Jacó Armínio no chamado Protesto Arminiano de 1610. O pensamento dos calvinistas extremados sacrifica o livre arbítrio do ser humano em prol da soberania de divina. 

ARMINIANISMO EXTREMADO:

O Arminianismo extremdado negam os atributos tradicionais de Deus, como transcedência de Deus, imanência, ex nihilo (do nada). Além disso, esses atributos incluem o conhecimento que Deus tem de todas as coisas (onisciência), existe antes de todas as coisas (eternidade), nunca muda (imutabilidade) e está no controle de todas as coisas (soberania). Precisamente esses atributos da teologia cristã tradicional (incluindo a calvinista e a arminiana) são também negados por eles.

            Como podemos ver essa corrente “teológica” sacrificam a soberania de divina no altar da livre-escolha do homem. Acarreta ao extremo desnecessário e, como tal, representa perigos teológicos que devem ser evitados.

Por fim , Geisler nos apresenta um outro lado, denominado Calvinismo Moderado e/ou Arminianismo Moderado.

Quanto ao primeiro o autor discorre: “Os calvinistas moderados, como eu, diferem dos arminianos em muitos pontos. Um ponto crucial tem que ver com a validade da expressão “ uma vez salva, sempre salva”. É minha convicção que a Bíblia favorece a posição calvinista da segurança eterna, que uma pessoa verdadeiramente salva jamais poderá perder a salvação”.

Como podemos ver ele defende a posição do Calvinismo Moderado, aliás, é que muitos ou a maioria concordam. Segundo ele essa idéia (calvinismo moderado) não é nova, pois, suas raízes remontam aos primeiros escritos da Agostinho.

Os calvinistas moderados e os arminianos moderados representam segundo Geisler a grande maioria da cristandade, e, têm muito em comum contra os extremos das duas posições.

Para concluir, faço meu, o pensamento de Cooper P. Abrams:

Não tenho orgulho por ser salvo. Mas temor e respeito pela verdade de que o Senhor Jesus morreu na cruz do calvário pelos meus pecados. Estou profundamente grato, pois Deus amou tanto este cego pecador! E eu rejeito totalmente a idéia de que recebi a salvação por meus méritos! Eu era, como disse o Senhor, um pecador, cedido ao pecado, um filho do pecado, sem razão própria. Fui salvo pelo ato de soberania de nosso amoroso Deus, que veio a terra, se tornou homem e pagou totalmente meus pecados, eu não merecia a salvação e estava totalmente entregue a minha natureza pecadora. Eu, absolutamente não tinha nenhuma partícula de divindade em mim, mas Jesus me amou, Ele sofreu por mim enquanto eu ainda estava em meus pecados, Ele providenciou um meio e uma maneira para a minha salvação”.   
Por: Reverendo: Francisco Erizevelte da Silva
 (Pastor da 2ª Igreja Cristã Presbiteriana de Cidade Ocidental-GO)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


“A Minha Presença irá Contigo” (êx 33:14a)

Crendo nesta palavra acima no dia 04 de agosto de 1993 começa a realidade de um sonho. Alguns homens e mulheres de oração dão início à 1ª igreja Cristã Presbiteriana em Cidade Ocidental (com o aval, claro do nosso saudoso e honroso fundador deste grande ministério; Reverendo: Abel Côrte).
Enfim a vontade de Deus se cumpre. Ao ver esta igreja erguida e pronta não imaginamos a luta e a perseverança dos primeiros membros desta família, quando oraram, choraram, contribuíram para que hoje você e eu pudéssemos comemorar estes 19 anos de existência.
Estamos aqui juntos nesta data para lembrar que o texto lido pelo primeiro pastor desta congregação no dia da fundação foi: “E as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18 b). Este texto da Bíblia se cumpriu em sua totalidade até o dia de hoje e cremos que será eternamente.
Muitas têm sido as lutas e dificuldades que surgiram durante estes 19 anos...  Sofrimentos, perdas, alegrias, restaurações, escândalos, salvação, libertação, mas tudo isso só aconteceu porque verdadeiramente a palavra de Deus tem-se cumprido em nossas vidas: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28a).
Pergunto no dia de hoje: você tem motivos para comemorar? A minha resposta é sim! Pois tenho visto as mãos de Deus estendidas para nós, e o Espírito Santo tem-nos dado força, saúde para continuarmos na luta para a propagação do evangelho puro e simples. Temos sim motivos para comemorar nesses 19 anos, porque Deus tem dado crescimento e restauração a esta humilde, porém grande congregação e que também, estamos na iminência de nos tonarmos a primeira congregação a virá igreja. Estamos lutando para terminar nossa tão sonhada reforma do templo. Temos hoje duas congregações, sendo que a primeira fundada por nós foi a 2ª Igreja Cristã Presbiteriana, situada na SQ: 19 e a mais recente, a 3ª Igreja Cristã Presbiteriana do bairro do parque Nápoles.
Muitos pastores direcionados por Deus passaram por aqui e contribuíram para o crescimento e desenvolvimento do corpo de Cristo (1Co 12:12-31), entre eles citamos alguns: primeiro Pastor Geraldo Magela que fundou esta congregação, logo após o saudoso e afogueado Pastor Abner Santos, que ensinou e levantou grandes obreiros que hoje pastoreiam algumas de nossas congregações, e também o Reverendo Luciano Paes que ensinou e propagou com muita veemência a fé reformada e o Deus de ação missionária. E agora um pastor e filho nascido e criado nesta congregação, têm a honra e a responsabilidade de pastorear este povo eleito de Deus.
Enfim, nesta data tão especial para todos nós que amamos a família ICP, desejo que possamos colher abundantemente a cada dia mais os frutos da obra de Deus (Cl 3:23) nesta terra abençoada que é o município de Cidade Ocidental, terra que aprouve a Deus abençoar com esta grande congregação que tem feito da Bíblia e da família valores principais para uma sociedade mais justa e melhor para se viver.
Por: Reverendo Silvio Ribeiro
 (artigo publicado no boletim especial de 19 anos da 1ª ICP/Ocidental-GO)

terça-feira, 3 de julho de 2012

DEZ DICAS COMO UTILIZAR A TV
• Dicas aos pais.

1) Fique alerta para os programas que seus filhos assistem.

2) Evite usar a televisão como se fosse uma baba. Simplesmente desligar o aparelho não é tão eficaz como planejar alguma outra atividade divertida para a família.

3) Limite o uso a não mais de uma ou duas horas de programas de boa qualidade por dia, e em horários preestabelecidos.

4) Mantenha aparelhos de TV (ou vídeo games DVD) fora dos quartos de seus filhos.

5) Desligue o televisor durante as refeições. Utilize esses momentos para conversar e manter diálogos ou contatos familiares.

6) Ligue o televisor somente quando houver algo especifico que você decidiu que vale a pena assistir. Não a ligue para “ver se está passando alguma coisa”.

7) Não transforme a TV no ponto central da casa. Evite coloca-la no lugar mais importante da casa.

8) Assista ao programa que seus filhos estiverem assistindo, a fim de saber o que eles estão vendo e poder discutir afetivamente de forma civilizada com eles.

9) Aprenda a avaliar criticamente as ofertas da mídia e depois ensine seus filhos a respeito as influência dos meios de comunicação.

10) Limite sua própria permanência em frente à televisão. Dê bom exemplo.

“Desvia os meus olhos de contemplarem coisas sem valor, e vivifica-me no teu caminho”.
(Salmo – 119:37)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

ESPIRITUALIDADE REFORMADA

PRINCIPAIS CONCEITOS DA ESPIRITUALIDADE REFORMADA

1. União com Cristo
Toda doutrina relacionada à salvação e à vida cristã deve ser orientada em torno dessa pedra de toque da fé. Nenhuma teoria de crescimento ou desenvolvimento cristão pode obscurecer ou ignorar esse fato central. Na espiritualidade reformada, o objetivo e o subjetivo, o exterior e o interior, estão ligados inseparavelmente por essa realidade. “Em Cristo” somos justificados e estamos sendo santificados.

2. Justificação pela Fé Somente
“Declarado justo”: essa expressão jurídica é o cerne das Boas Novas. Se buscarmos obter o favor divino por meio da nossa vontade ou do nosso correr, terminaremos rapidamente com a justiça própria ou o desespero. O progresso na obediência vem somente à medida que reconhecemos Cristo como sendo nossa justiça, santidade e redenção.

3. Santificação
Eis aqui outra palavra bíblica essencial. Uma vez declarado justo pela imputação da justiça de Cristo, agora crescemos em justiça pessoal em união com Cristo e Sua justiça. Em nossa salvação, não contribuímos com nada, exceto o nosso pecado. Mas uma vez regenerados pela graça de Deus (à parte da nossa cooperação), estamos livres para cooperar com o Espírito Santo pela primeira vez. A santificação, portanto, diferente da regeneração, justificação, etc., requer a nossa energia e participação. Crescemos na graça e no conhecimento de Cristo, ativamente animados pelo evangelho. Tanto a justificação como a santificação são dom de Deus, em virtude da nossa união com Cristo.

4. Chamado/Vocação
Também relacionado ao “sacerdócio de todos os crentes”, essa doutrina reformada enfatiza o fato que tudo o que fazemos honra a Deus se o fizermos em fé. Um lixeiro não é menos espiritual que um missionário. Deus criou cada um de nós com certos dons e nós devemos encontrar significado e realização não somente nas coisas relacionadas à igreja, mas em nosso trabalho e lazer também. Essa doutrina, mais do que qualquer outra, foi responsável pelo que veio a ser identificado como “a ética protestante de trabalho”.
5. Sacramentos

Batismo e Santa Ceia, na espiritualidade reformada, figuram proeminentemente como “meios de graça”. Batismo é o começo da nossa vida em Cristo, e na Santa Ceia nos alimentamos de Cristo – o Pão da Vida – ao longo da nossa jornada no deserto.
Escrito por: Michael Horton
Fonte: Revista Modern Reformation, Volume 5, Número 6, Nov/Dez 1996.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – junho/2011.
Via: [ Monergismo ]

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mercado Gospel

O “mercado gospel” cresce assustadoramente. Tudo isto é consequência de uma pluralidade teológica e de fundamentação extra-bíblica, abandonando a referência da boa teologia; valorização da experiência particular, em detrimento dos fatos históricos registrados nas Escrituras Sagradas. A Bíblia está sendo tratada como um livro mágico ou “psicografado” pelo Espírito Santo onde se leem através de porções da “caixinha de promessas”. Substituíram o Espírito Santo pelos recursos humanos, pela tecnologia, pela mídia, pela filosofia humanista da psicologia. Festejam uma fé sem a graça de Deus pensando que cultura religiosa substitui o poder de Deus e pensam que um ajuntamento de pessoas para um “show gospel” é considerado sinal de avivamento. Cantar e palestrar no meio cristão pode ser um bom negócio empreendedor para aqueles que não temem a Deus . Existem até cantores do mundo secular que querem entrar no “mercado gospel” por acreditarem que o mesmo é lucrativo.

A teologia bíblica foi transformada em termos psiquiátricos: pecado se tornou comportamento disfuncional, salvação é auto-estima e Jesus é mais um modelo para viver corretamente . Eles esqueceram, ou nunca souberam: pecado pode até causar disfunção, mas não é disfunção. Pecado é qualquer transgressão ou falta de conformidade com a lei de Deus. Pecado é uma afronta a Deus. Para eles, Jesus é o maior psicólogo, o maior mestre, o maior filósofo, o maior administrador, o maior líder e o maior vendedor do mundo. Eles O veem assim. É claro que somente Jesus tem total e inteiro conhecimento da mente humana e ensinou como ninguém, além de possuir toda a verdadeira sabedoria. Porém, Jesus é o Filho de Deus. O Salvador. O Senhor de todas as coisas. O Incomparável. O Primeiro e o Último. Ele é Deus. E a salvação foi conseguida de uma vez por todas somente pela obra mediadora Dele.
Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.

BLOG "MISSÕES PARA A GLÓRIA DE DEUS".

www.lucianopaeslandim.blogspot.com

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A religião de origem africana 
Perto de onde moro existe uma agência bancária. O gerente dela tem um problema peculiar e bastante comum nos centros urbanos. No período da noite, de quase todas as sextas-feiras, seguidores de religião afro-brasileira depositam pratos de comida nas áreas externas, no lado que fica próximo de uma encruzilhada de ruas, no gramado de um jardim da instituição. A prática é o famoso despacho, mais comumente conhecido como macumba.
O gerente do banco tomou uma atitude diplomática para resolver esta situação. Contratou uma empresa de paisagismo e pediu que plantasse, por toda a área em que os “macumbeiros” acostumaram-se a usar, algumas plantas espinhosas. Então, há seis meses, na medida em que a nova vegetação cresce e ganha formas pelas mãos e tesoura do paisagista, a agência bancária ganha vista mais apreciável aos que passam diante dela e na mesma proporção as oferendas religiosas pararam de ser postas naquele local. Obviedade: espinhos arranham e ninguém gosta de ser arranhado.

Alguns moradores da rua se sentiam indignados com a prática religiosa. Não é questão de preconceito religioso, a rejeição tem critério muitíssimo importante, é de autodefesa e defesa da sociedade. Os pratos de comida expostos assim, ao céu noturno e aberto, provocam a infestação de ratos. Todos nós sabemos que os roedores são responsáveis pela proliferação de doenças. Eles transmitem hantavirose, raiva, tifo murino, leptospirose, peste bubônica, sarnas e micoses. Algumas dessas moléstias são mortais.
A professora
 
É dito que no Japão, a figura do imperador recebe reverência de todas as pessoas da sociedade, mas ele se curva apenas para um segmento dessa sociedade, os professores. Isso demonstra inteligência, porque os educadores difundem conhecimento.

Dias atrás, a partir do Diário do Grande ABC a mídia secular, com repercussão em blogs cristãos, trouxe um caso pitoresco ocorrido na Escola Estadual Antônio Caputo, situada no bairro Riacho Grande em São Bernardo do Campo. Um adolescente de quinze anos, cuja família é praticante do candomblé, o pai Sebastião da Silveira, 64, é sacerdote de cultos afros, acusa Roseli Tadeu Tavares de Santana, professora de História, de ser responsável pelo bullying que ele sofre por parte dos colegas. Segundo o rapaz, as zombarias aconteceram porque ela ora em sala de aula e incentiva os alunos a orarem também, manifestando assim a fé cristã. O pai processa o Estado de São Paulo por discriminação religiosa.

Ora, será que o garoto não é agente provocador do bullying, não teria ofendido a religião cristã no ambiente escolar em algum momento? Ele vai à escola vestido de branco, porta colares extravagantes no peito? Nós sabemos que a fase da adolescência é efusiva.
 
Líderes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) compareceram na escola, reuniram-se com a diretoria e a professora. Deixaram seu departamento jurídico à disposição para auxiliar Roseli. A Apeoesp e a Diretoria Regional do Ensino de São Bernardo concedem apoio afirmando que religião faz parte do ensino de História.

A Secretaria Estadual da Educação frisa que não fará comentários sobre o assunto até a conclusão da investigação. O prazo da apuração é de um mês, prorrogáveis por mais 30 dias.

Roseli é moradora do bairro onde situa a unidade escolar em que trabalha há aproximadamente cinco anos Como educadora ela recebe elogios pela maioria dos estudantes, e também tem declarações favoráveis de colegas de profissão. Ela mantém atividades extracurriculares de combate ao uso de drogas.
Conclusão
A professora Roseli Tadeu continua a dar aulas na Escola Estadual Antônio Caputo e o aluno continua suas atividades de aluno naquele recinto. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar as responsabilidades da professora e da direção da escola. O promotor Jairo de Lucca informou que, dependendo da providência que a Secretaria da Educação seguir, abrirá um inquérito contra Roseli. Em sua única manifestação à imprensa, a educadora disse por telefone que não reconhece ter cometido erro.

Não convém culpar sumariamente a educadora pelo caso do bullying. Tal ação parece ser orquestrada, uma estratégia mascarada para fazer os cristãos se retraírem.
A vigilância sanitária deve prestar atenção na situação de distribuição de oferendas em forma de pratos com alimentos nas grandes metrópoles e até em áreas rurais. Os legisladores precisam se debruçar sobre essas práticas religiosas e definir regras com vista ao bem dos cidadãos brasileiros.

Gente, laicidade não é o Estado ter postura contra a religião. É estar completamente neutro. Portanto, a queixa contra a professora Roseli não tem fundamento e com certeza a família do garoto não se beneficiará financeiramente com este caso.
 

E.A.G.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012




O NOME DE JESUS
W      Texto Base: Lc 1:31 

  • INTRODUÇÃO
Messias é a palavra hebraica que significa ungido. A unção, no Velho Testamento, era a cerimônia de aprovação ou ordenação de alguém para uma função ou posição muito especial. Os sacerdotes eram ungidos. Os reis eram ungidos. Jesus Cristo não é designado como um ungido, mas como O ungido. O Messias, prometido, aguardado pelo seu povo. Aquele no qual se acharia a redenção, através do seu trabalho de mediador entre Deus e o homem (Mt1: 21).
O nome Cristo é um nome grego, com o mesmo significado do nome Messias no hebraico.
Jesus significa salvador, ou, aquele no qual há salvação. A unção de Cristo, a confirmação de sua unção e a sua gloriosa função de mediador, salvador e rei do seu povo (Is 9:6; Mt 3:16 e 16:16) Jesus Cristo então significa = O Salvador Ungido. 
  •   NARRAÇÃO
O Evangelista Lucas narra com riqueza de detalhes o nascimento de nosso Senhor Jesus. Um nascimento virginal e único e sem sobras de dúvidas exclusivo da parte de Deus! O nascimento de Jesus e descrito por Lucas como obra vinda do Espírito Santo.
Lucas enfatiza as partes históricas por ser de grande importância. O evangelho do filho perfeito.


1)    O NOME DE JESUS SALVA

 a)      Crê no senhor Jesus e serás salvo:
“Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”
(At 16:31)

b)      Não há salvação em outro nome:
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”
(At 4:12)

c) Jesus é o senhor da salvação:
“É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”
(Lc 2:11)
 

2)    O NOME DE JESUS A PODER

a)      A nossa autoridade é no nome de Jesus:
“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano”
(Lc 10:19)

b)      A autoridade de Pedro era no nome de Jesus:
“Disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma o teu leito. Ele, imediatamente, se levantou”
(At 9:34)

c)      Os apóstolos curaram no nome de Jesus:
“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda”!
(At 3:6)

  •  CONCLUSÃO
O nome de Jesus esta a fonte da vida, só Jesus pode colocar a sociedade no caminho certo!

 Por: Silvio Ribeiro

(Sermão Pregado na 1ª ICP/Ocidental no dia 07/11/10 – Culto de Santa Ceia)