PREDESTINAÇÃO VERSUS LIVRE ARBÍTRIO
Um dos mais perplexos problemas para o ensino da Palavra de Deus tem sido
corretamente ensinar a relação entre a doutrina da eleição e a doutrina de
salvação pela graça. Estas duas doutrinas são mundialmente debatidas por
Cristãos conservativos que são divididos em duas posições “Calvinistas” e
“Arminiana”. Para entender o suposto problema devemos olhar por várias
posições, os termos usados e apontar outras dificuldades em relação aos
extremos Calvinistas e Arminianos.
Norman Geisler nesta obra aponta-nos o perigo dos extremos de ambos os
lados. A predestinação de Deus e a livre-escolha do ser humano segundo Geisler
são um mistério; mas não uma contradição. Elas permanecem além da razão, mas
não contra a razão. Istoé são, incongruentes, mas também não podemos entender
como se complementam.
Muitos evangélicos que aceitam literalmente a
interpretação das Escrituras têm encontrado melhor entendimento rejeitando o
extremismo do sistema Calvinismo quanto do Arminianismo. Ambos têm caído na
armadilha preparada pelo conhecimento do homem, que tenta explicar e
sistematizar a cada ato de Deus. Deus claramente não disse tudo ao homem a seu
respeito, nem tão pouco “porque” de tudo que Ele tem feito. Mas o que Ele tem revelado
devemos crer, confiar, aceitar e viver.
Muitos na história têm caído em armadilha por ir além da Escrituras, vai
com a razão humana tentar explicar e sistematizar as ações de Deus. O resultado
de tal racionalização é que em muitos casos, caem em extremismos.
É um extremismo afirmar que Deus predestinou alguns homens a serem
condenados e não oferecê-los salvação E igualmente uma extrema afirmação que o
homem ganha a salvação por mérito. Cada perspectiva que procura violar ensinos
bíblicos, não podem ser verdades. Voltando para o pensamento de Geisler devemos
rejeitar os extremos tanto dos Calvinistas quanto dos Arminianos. Não devemos
tomar como base Para defender nossa posição.
CALVINISTAS EXTREMADOS:
Segundo Geisler, Calvinista extremado é alguém que é mais calvinista do
que João Calvino, de cujos ensinos vem o termo. Visto ser possível argumentar
que João Calvino não cria na expiação limitada ( que Cristo morreu somente
pelos eleitos), segue-se que os que fazem são calvinistas extremados. Embora,
continua Geisler, as raízes de muitos pontos do calvinismo extremado possam ser
traçadas até o período final da vida de Agostinho, seu começo no mundo moderno
reporta a Teodoro Besa, discípulo de João Calvino e colaborador de Dort, sínodo
que formulou uma confissão calvinista em resposta aos seguidores de Jacó
Armínio no chamado Protesto Arminiano de 1610. O pensamento dos calvinistas
extremados sacrifica o livre arbítrio do ser humano em prol da soberania de
divina.
ARMINIANISMO EXTREMADO:
O Arminianismo extremdado negam os atributos tradicionais de Deus, como
transcedência de Deus, imanência, ex
nihilo (do nada). Além disso, esses atributos incluem o conhecimento que
Deus tem de todas as coisas (onisciência), existe antes de todas as coisas
(eternidade), nunca muda (imutabilidade) e está no controle de todas as coisas
(soberania). Precisamente esses atributos da teologia cristã tradicional
(incluindo a calvinista e a arminiana) são também negados por eles.
Como podemos ver essa corrente
“teológica” sacrificam a soberania de divina no altar da livre-escolha do
homem. Acarreta ao extremo desnecessário e, como tal, representa perigos
teológicos que devem ser evitados.
Por fim ,
Geisler nos apresenta um outro lado, denominado Calvinismo Moderado e/ou
Arminianismo Moderado.
Quanto ao primeiro o autor discorre: “Os
calvinistas moderados, como eu, diferem dos arminianos em muitos pontos. Um
ponto crucial tem que ver com a validade da expressão “ uma vez salva, sempre
salva”. É minha convicção que a Bíblia favorece a posição calvinista da
segurança eterna, que uma pessoa verdadeiramente salva jamais poderá perder a
salvação”.
Como podemos ver
ele defende a posição do Calvinismo Moderado, aliás, é que muitos ou a maioria
concordam. Segundo ele essa idéia (calvinismo moderado) não é nova, pois, suas
raízes remontam aos primeiros escritos da Agostinho.
Os calvinistas moderados e os arminianos moderados representam segundo
Geisler a grande maioria da cristandade, e, têm muito em comum contra os
extremos das duas posições.
Para concluir,
faço meu, o pensamento de Cooper P. Abrams:
“Não tenho orgulho por ser salvo. Mas temor e
respeito pela verdade de que o Senhor Jesus morreu na cruz do calvário pelos
meus pecados. Estou profundamente grato, pois Deus amou tanto este cego
pecador! E eu rejeito totalmente a idéia de que recebi a salvação por meus
méritos! Eu era, como disse o Senhor, um pecador, cedido ao pecado, um filho do
pecado, sem razão própria. Fui salvo pelo ato de soberania de nosso amoroso
Deus, que veio a terra, se tornou homem e pagou totalmente meus pecados, eu não
merecia a salvação e estava totalmente entregue a minha natureza pecadora. Eu,
absolutamente não tinha nenhuma partícula de divindade em mim, mas Jesus me
amou, Ele sofreu por mim enquanto eu ainda estava em meus pecados, Ele
providenciou um meio e uma maneira para a minha salvação”.
Por: Reverendo: Francisco Erizevelte da Silva
(Pastor da 2ª Igreja Cristã Presbiteriana de Cidade Ocidental-GO)
Nenhum comentário:
Postar um comentário