domingo, 31 de dezembro de 2023

· A Pregação Visando o Discipulado - Texto Base: Lc 14.25-35.

- O QUE É A PREGAÇÃO

Essa pergunta se faz realmente necessária? Sim! Por que confundimos pregação com várias coisas dentro do culto ou encontros em nossos templos religiosos. Saber o valor e, o que é a pregação, ajudará no progresso da igreja de Jesus Cristo sobre a terra.

A pregação na verdade é algo básico, e fácil. Pregar nada mais é, do que falar das grandezas de Deus expostas nas palavras canônicas dos 66 livros da Bíblia Sagrada. A pregação é o meio pelo qual Deus realiza seus propósitos eternos (Sl 139) e compartilha com sua igreja amada. Por isso a pregação bíblica se faz necessário para sobrevivência de uma igreja saudável. O Reverendo Hernandes Dias Lopes diz: “A pregação expositiva é um dos melhores instrumentos para produzir o crescimento sadio da igreja”.[1] Pregar é de certa forma; comunicar as grandezas de Deus manifestada na pessoa de Jesus Cristo.

Por isso, que a pregação bíblica jamais poderá ser terceirizada por: teatro, entretenimento, músicas, coaching etc. A pregação foi, e continua sendo a maior ferramenta de Deus para o crescimento do seu rebanho. Nosso Senhor Jesus relatou o seguinte: “Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso que eu vim” (Mc 1.38). Nosso mestre Jesus deu ênfase ao ministério da pregação.

 

- A FUNÇÃO DA PREGAÇÃO NA VIDA DA IGREJA

Se a pregação bíblica é essencial para o crescimento e fortalecimento da igreja, uma segunda pergunta se faz necessária: qual a função da pregação na vida da igreja? Se a pregação expositiva faz parte da característica de uma igreja considerada bíblica e saudável, devemos agora saber porque, ou seja, qual sua função no corpo de Cristo e na igreja local. O saudoso John Stott disse: “A pregação é indispensável para o cristianismo”.[2] A pregação tem uma função didática e pedagógica para igreja. Seu poder traz benefícios incontáveis para caminhada dos discípulos de Cristo, pois a mesma tem poder para: alimentar e nutrir (1Pe 2.2), fazer crescer (2Pe 3.18), fazer-nos amar há todos indistintamente (Mt 5.38-48; 22.15-22) etc.

Uma função primordial da pregação bíblica é levar os ouvintes a Cristo, sabemos que toda a Escritura Sagrada aponta para um único alvo: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.35). De Gênesis a apocalipse Jesus Cristo é o tema central dos oráculos de Deus (Rm 3.2; Hb 5.12; 1Pe 4.11). Por isso observamos, que o assunto central dentro da história da redenção é apontar para o sacrifício vigário de Cristo (Is 52.13-15; Lc 24.13-53).

Testemunhos pessoais por, mais que seja edificante; não é pregação! Goldsworthy diz: “Pregar sobre nós mesmos, nossos problemas e nosso caminho para uma vida melhor, e fazer isso sem qualquer apelo à importância do evangelho, é distorcer radicalmente o entendimento da humanidade e o significado da Escritura”[3]. Uma pregação que não leva seus ouvintes a Cristo, não é uma pregação bíblica!

 

- A PREGAÇÃO VISANDO O DISCIPULADO

O Método Expositivo de Jesus visava o Discipulado bíblico através da exposição das Escrituras, pois nosso Senhor, mirava sempre o coração do ouvinte: “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26). Observamos nas palavras iniciais de Jesus o verdadeiro custo do discipulado bíblico na vida dos seus discípulos.

A pregação visava o crescimento e amadurecimento dos discípulos; por isso Jesus exigia total desprendimento das coisas do mundo: “E qualquer que não tomar sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27; cf. Tg 4.1-4). Para Jesus, todo o bom discípulo, era um arauto, ou seja, emissário, enviado ou mensageiro (Mc 16.15). Todas as prerrogativas atribuídas aos discípulos de Cristo.

Na Perícope em questão (Lc 14.25-33) observamos que o Dr. Lucas faz uso do verbo grego: “μισέω” (misein), sendo este semelhante ao verbo hebraico שָׂנֵא (sane) que o Senhor Jesus usou, o termo quer dizer não somente “odiar”, mas também amar menos’’ (Gn 29.31,33; Dt 21.15), “não amar igual a outro”não amar com a mesma intensidade (Mt 10.37). O que Jesus quer ensinar a seus discípulos, é que o amor que seus seguidores devem ter por Ele, deve ser tão grande, que o melhor amor humano é ódio em comparação.

A pregação visa o fortalecimento do discípulo de Cristo (2Pe 3.18). Através da pregação nosso Mestre Jesus educa seus seguidores no caminho que devem andar e permanecer (Jo 14.6,15). Jesus usava sempre seu método pedagógico para ensinar as Escrituras Sagradas aos seus ouvintes, através da exposição bíblica.

O que são, afinal, práticas pedagógicas?

As práticas pedagógicas se organizam intencionalmente para atender a determinadas expectativas educacionais solicitadas/requeridas por uma dada comunidade social.

Sua representatividade e seu valor advêm de pactos sociais, de negociações e deliberações com um coletivo. Ou seja, as práticas pedagógicas se organizam e se desenvolvem por adesão, por negociação, ou, ainda, por imposição.[4]

Toda pregação tem uma função didática, o evangelho tem por objetivo maior; reconciliar o pecador, com seu criador (Deus) através do sacrifício vigário de Jesus Cristo (1Tm 2.5; Hb 12.14).

Observamos no método expositivo de Jesus, que uma mudança era necessária a nível de coração (Jr 17.9,10), seu discipulado visava o coração doente dos pecadores (Rm 3.23) por isso a mudança era necessária a nível de coração: “O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (Mt 15: 10-11).

A Pregação visando o discipulado tinha um foco; a glória de Deus! Os seguidores deveriam calcular, verificar se realmente estavam dispostos a seguir a Jesus (Lc 14.28-32).

Por: Reverendo Silvio Ribeiro 

 

 

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

ALMEIDA, João Ferreira - Bíblia Sagrada / João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2ª Ed: São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil,1999. 896 p. ISBN: 978-85-311-0273-8.

GOLDSWORTHY, Graeme. - Pregando toda Bíblia como Escritura cristã: a aplicação da teologia bíblica à pregação expositiva. Graeme Goldsworthy. 2ª Ed: São Paulo: Editora Fiel, 2013.

GINGRICH, F. Wilbur. – Léxico do Novo Testamento: grego, português / F. Wilbur Gingrich. São Paulo, SP. Editora: Vida Nova, 2007. ISBN: 978-85-275-0085-2.

GONÇALVES, Augusto, Barbosa (Org.) – Pregação na Pós-Modernidade / Leonardo F. Gonçalves, Michel Augusto e Herbert Barbosa (organizadores) Brasília, DF. Editora Cruz, 2020. ISBN: 978-85-87427-02.

MORRIS, Leon L. - Lucas – Introdução e comentário. Série Cultura Bíblica / Leon L. Morris. 1ª Edição. São Paulo, SP. Editora: Vida Nova. 2007. ISBN: 978.85-275-0158-3.

REIMER, Johannes. – Liderando pela Pregação: Uma visão diferenciada / Johannes Reimer. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2011. ISBN: 978-85-7839-4.

STOTT, John. Eu creio na pregação / John Stott. 2º Ed: São Paulo: Vida Nova, 2003. ISBN: 85-7367-693-0.

Sites consultados:  https://pontodidatica.com.br e https://bibliotecabiblica.blogspot.com



[1] LOPES, Hernandes Dias. – Pregação Expositiva. (2008). Pág. 13.

[2] STOTT, John – Eu Creio na Pregação. (2003). Pág. 8.

[3] GOLDSWORTHY, Graeme. – Pregando toda Bíblia como Escritura Cristã. (2013). Pág. 113.


quarta-feira, 8 de junho de 2022

O Viver do Homem Bíblico

"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno" (Sl 139: 23,24).

Esse salmo de Davi, fala sobre o Deus Soberano; que está no controle de todas as coisas, é principalmente da sua vida! Davi pede a Deus que sonde seu interior, seus sentimentos, desejos e veja se existe “algum caminho mal” que possa desagradar, e que tire isso do seu coração. E por fim, Davi pede a Deus que o guie para tomar decisões, para cada momento de sua jornada de vida.

Observamos em Davi uma figura do: “homem Bíblico” que sempre está pronto para reconhecer seus pecados e limitações: “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência humana vem de Deus” (2Co 3.5). Uma masculinidade bíblica focará a glória de Cristo (1Co 10.31). sempre foi, e será JESUS; o centro e a razão final de todo nós.

Breve Catecismo de Westminster diz:

 

PERGUNTA: 1. Qual é o fim principal do homem?

RESPOSTA: O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre (Referências bíblicas: Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.25-26; Is 43.7; Rm 14.7-8; Ef 1.5-6; Is 60.21; 61.3).

 

O caminho do homem que tem desejo de servir a Cristo, começará pela mudança de vida, através de uma vida de: arrependimento, exercício da piedade (oração/Bíblia), e totalmente entregue ao senhorio de Jesus Cristo, como seu Senhor e Salvador! (Jo 8.32; 14.6). A Bíblia Sagrada tem o potencial divino de modelar o caráter do homem, e leva-lo há uma experiencia pessoal com seu salvador (Jo 5.39).

Stuart Scortt diz:

O Homem Bíblico ama a Deus sua palavra, cultiva uma vida de genuína devoção a Deus, reconhece sua condição de dependente de Deus e está continuamente examinando seu coração, a exemplo do salmista (Sl 139.23,24) que pede ao próprio Deus que o sonde para ver se seus caminhos estão de acordo com a vontade desejada de Deus.[1]

Amar a DEUS e obrigatoriamente amar sua santa Palavra Sagrada! Uma vida entregue a CRISTO levará o homem bíblico, ao pleno conhecimento das verdades eternas de DEUS. Que possamos andar em retidão, fé, obediência e renuncia do pecado. Que nosso Senhor JESUS CRISTO seja honrado com nossas atitudes de santificação...


Por: Reverendo Silvio Ribeiro



[1] Scott, Stuart. – O Homem Bíblico. Pág. 9.