terça-feira, 30 de junho de 2020

Resumo de Obra


RESUMO

Silvio Ribeiro Fernandes

GOLDSWORTHY, G (pp. 217-370).  Pregando toda a Bíblia como escritura Cristã: a aplicação da teologia bíblica à pregação expositiva (Tradução Francisco Wellington Ferreira). – 1.ed. - São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2013.



 

PREGANDO TODA A BÍBLIA COMO ESCRITURA CRISTÃ

CRISTO EM TODAS AS ESCRITURAS

Questões práticas da Bíblia para pregação.

Levamos em conta alguns dos principais gêneros literários da Bíblia, a partir disso será relevante para o pregador listar todos os gêneros literários da Bíblia, pois a literatura será usada para cumprir funções diferentes.

Por gênero literário podemos definir por certas características comuns que nos capacitam a distingui-los de outros textos, pois ao identificarmos o gênero literário, nos capacitará a evitar a leitura de determinados textos como algo que não é.

A progressão histórica

Vemos que as principais características dos gêneros literários nunca podem ser examinadas a parte do seu contexto, tanto da sua história, bem como da história da salvação.

As épocas teológicas

A Bíblia, como palavra divina, está dentro de um contexto específico conhecido como história da salvação e, por isso, a teologia bíblica mostra-nos a estrutura geral da revelação bíblica. Será sempre relevante para os pregadores a seguinte pergunta: “O sermão mostrou-se relevante, como também o texto, e dá testemunho autêntico de Cristo?”

PREGANDO COM BASE EM TEXTOS NARRATIVOS HISTÓRICOS DO A.T.

É importante distinguirmos entre duas abordagens amplas e diferentes em se tratando de pregação dentro dos textos de narrativas históricas. Precisamos analisar com cautela os grandes personagens da Bíblia, à luz da história da salvação. Ao confeccionarmos nosso sermão, será de suma importância o seguinte lembrete: as boas novas é o plano maior de Deus anterior ao processo histórico da velha aliança. Quando a narrativa é divorciada de sua estrutura maior histórica, torna-se a teologia distorcida. O básico de qualquer sermão bíblico é a “Cristocentricidade” (a história de Cristo como centro de tudo).

PREGANDO COM BASE NA LEI DO A.T.

A lei foi dada ao povo de Israel pela graça de Deus. Pela lei era impossível obter a salvação, pois a mesma era uma instrução para o povo israelita. Nossa abordagem da lei-graça será a seguinte: a lei de Deus foi dada no Sinai e seguindo sua interpretação chegaremos ao Novo Testamento.

As leis civis aplicavam-se à comunidade de Israel, agora a nova comunidade é definida pelo que ela é em Jesus Cristo. A lei de Deus tem de ser entendida somente no contexto redentivo. O verdadeiro filho de Deus veio para cumprir a lei no nosso lugar (Mt 5:17). Para pregarmos sobre a lei, devemos revelar a seriedade do pecado para então levar a Cristo.

PREGANDO COM BASE NOS PROFETAS DO ANTIGO TESTEMANTO

A profecia era sempre vista pelo povo de Israel como um todo. O primeiro personagem a ser chamado de profeta foi nosso pai na fé Abraão (Gn 20:7). Os grandes profetas, tanto maiores quanto menores, abrangeram todo o longo período do Antigo Testamento, que vai do reino dividido até o fim do Antigo Testamento. Cada profeta tem uma mensagem puramente distinta, sempre relacionada à situação histórica de seu povo, do qual estava destinado sua mensagem profética. Ao pregarmos, o pregador terá bastante cuidado em colocar os profetas na estrutura histórica e redentora.    

Os profetas do Antigo Testamento nunca observaram uma solução para os problemas sociais de sua nação, que não fossem por meio da obra salvadora do Deus da aliança.

PREGANDO COM BASES NA LITERATURA DE SABEDORIA

Há na Bíblia Sagrada dois tipos de sabedoria: a de Deus e a do homem. Os expositores da literatura de sabedoria devem ter em mente a possibilidade de algumas expressões de sabedoria que aparecem em todos os tipos de textos do Antigo Testamento. A sabedoria bíblica tem a ver com a percepção e o entendimento verdadeiro da realidade, pois a mesma chama a nossa atenção à responsabilidade de tentarmos entender o sentido da vida à luz da revelação de Cristo, para aí sim tomarmos decisões que sejam sábias. Por isso, há um grande perigo em pregar sermões em textos de sabedoria, pois corremos um grande perigo de isolar pequenas porções do texto de seu contexto literário e de seu contexto histórico-redentivo.

PREGANDO COM BASE NOS SALMOS

Os Salmos têm por grande característica encorajar os fiéis para relacionarem sua fé salvífica com as atividades da vida cotidiana, portanto, o saltério tem por finalidade refletir as obras do Deus da aliança e os fracassos do seu povo eleito.

Os Salmos são colocados no contexto da teologia bíblica para conhecermos melhor de cada assunto dos mesmos. O saltério é o mais citado nos textos do Novo Testamento.

Há grandes evidências que Jesus usou bastante os Salmos como fonte de seu ensino canônico, por isso se faz necessário a seguinte pergunta: como eles podem dar testemunho de Jesus?

Assim sendo, os Salmos é um valioso compêndio teológico e bíblico. Eles são bastante apropriados para sermões expositivos em série ou até mesmo temáticos.

PREGANDO COM BASE EM TEXTOS APOCALÍPTICOS

Para muitos pregadores parece que pregar em textos apocalípticos não soará bem. Esses textos compartilham certas características, sendo a primordial delas uma perspectiva sobre a escatologia que vai além da ênfase geral da escatologia profética.

O livro do profeta Daniel e a visão de Zacarias são desafios interessantes para o pregador, tal como o discurso de Jesus no Monte das Oliveiras, conhecido como o pequeno apocalipse.

A palavra apocalipse significa revelação, reconhecidamente que o seu uso no gênero literário determina um tipo de revelação específica. Apocalipse tem por afinidade o livro do Apocalipse. Para descobrirmos os gêneros apocalípticos devemos nos nortear pelo princípio básico: a Escritura interpreta a própria escritura.

PREGANDO COM BASE NOS EVANGELHOS

A maioria dos pregadores gostam e acham que dominam a pregação a partir dos evangelhos, um grande perigo, pois situar os evangelhos em seu contexto bíblico teológico não é tarefa fácil. Pregar com base nos evangelhos se faz necessário a atenção em tudo que Jesus disse até a sua crucificação e morte, ele o disse em antecipação à ressurreição. A maioria das declarações do mestre Jesus devem ser entendidas como preparatórias para estes eventos citados acima, pois as narrativas dos evangelhos nos movem da expectativa do cumprimento da esperança do Antigo Testamento através dos eventos críticos no ministério de Jesus. Não há evangelho no Antigo Testamento, mas no Novo Testamento há testemunho sobre o evangelho do Antigo Testamento, pois há uma continuidade histórica entre ambos.

A estrutura do evangelho deve estar sempre em nosso pensamento quando formos planejar uma série de sermões. Essa é uma verdade pertinente à teologia bíblica, colocando as narrativas em seu contexto canônico.

PREGANDO COM BASE EM ATOS E NAS EPÍSTOLAS

A função da teologia bíblica é trazer o contexto dos vários textos do Novo Testamento. Eles não mantêm a mesma relação com os eventos chaves do evangelho: nascimento, crucificação, morte e ressurreição de Cristo. Provavelmente as epístolas são documentos bíblicos que temos mais próximos de nossa atual situação, entretanto há consideráveis diferenças que o pregador precisará considerar quando for aplicá-la à realidade de seus ouvintes.

O pregador deverá levar em conta a transição (a partir de Atos) de Jesus ao estar presente em carne para sua ausência na carne, e agora presente no Espírito Santo. Uma questão tratada como: continuidade e descontinuidade, entre o Pentecoste e nós mesmos.

Há algumas considerações importantes para nós: as epístolas em sua maioria são dirigidas às situações históricas específicas, todavia, as mesmas levam consigo uma autoridade que as tornam totalmente aplicáveis de uma maneira geral e abrangente aos dias atuais.

Devemos observar algumas características teológicas e literárias que são peculiares nas epístolas, pois o pregador precisa levar em conta quando estiver envolvido no processo da exegese para seu sermão. Do ponto de vista da teologia bíblica, devemos levar em consideração que a função das mesmas seja, em termos gerais, entendida e exposta.

Não se pode apresentar sermão algum à parte da ênfase principal, que é Jesus Cristo, que contêm nas epístolas, e isto é uma grande observação para exposição das epístolas.

PREGANDO TEOLOGIA BÍBLICA

O principal esforço foi estabelecer o lugar de destaque merecido que a teologia bíblica merece na pregação em qualquer tipo de sermão.

Há que se respeitar o princípio maior que qualquer texto ou pessoa é parte de uma unidade que dará testemunho fiel de Jesus.

A teologia bíblica é de um estimável valor, pois nos ajudará a entender o contexto real, e ajuda-nos no estudo da pregação ao resumir a estrutura da revelação que afeta entendimento de personagens e temas importantes e cruciais das escrituras: o foco da história da salvação e redenção.

Num esquema simples, podemos demonstrar a abordagem temática da teologia bíblica: (A) O reino revelado na história de Israel; (B) O reino revelado na escatologia profética; e (C) O reino revelado e cumprido em Cristo. Essas são as três principais bases para uma boa teologia bíblica, pois fazer teologia bíblica é muito maior que uma simples pesquisa. Sua principal ênfase é considerar o contexto escolhido dentro da teologia bíblica.

A natureza da Bíblia deverá reger nossa preparação e exposição, por isso precisamos reconhecer o devido lugar da teologia bíblica na preparação e entrega do sermão dentro de uma perspectiva da revelação bíblica. Alguns exemplos e conceitos da teologia bíblica:

·         Reino de Deus

·         Regeneração

·         Aliança

Aplicando tipologia: Deus revelou as verdades bíblicas fundamentais por meio de uma sombra (tipo) e depois concretizou no antítipo.

·         Tipologia explícita.

·         Tipologia implícita.

 

 

 

 

“Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”

(Lc 24:45)



                                                                                                  Por: Reverendo Silvio Ribeiro Fernandes

quinta-feira, 18 de junho de 2020

A Evangelização e a Soberania de Deus

Packer, J.I.
Evangelização e a Soberania de Deus / J.I. Packer. – São Paulo: Cultura Cristã, 2ª Edição, 2011.

Resumo da Obra:

Desde os primórdios da igreja em vários lugares, os crentes são chamados para evangelização. Ao examinarmos a evangelização e a soberania de Deus, logo vem em nossa mente: essa convicção vem minar todo tipo de entendimento sobre a responsabilidade humana, se Deus é soberano; por que evangelizar? O proposito da obra é que isso fique mais claro ao longo da leitura.

Soberania Divina
Deus é soberano isso fica claro nas Escrituras Sagradas! Todas as vezes que oramos automaticamente estamos confessando a soberania de Deus e a nossa dependência dEle. Nós jamais, sequer por algum instante supomos que podemos decisivamente contribuir com uma maior soma para nossa salvação, mas sim, que Deus foi o autor dela. Nossas orações são provas que Deus é soberano sempre!

Soberania Divina e Responsabilidade Humana
Partimos sobre a ótica de que o trabalho evangelístico do povo de Deus, a luz das Escrituras Sagradas de que nosso Deus é soberano na salvação; logico sabendo que não é, e não será uma tarefa fácil. Abordar temas como antinomia na revelação bíblica, na verdade é complexo decorrente da nossa natureza caída. Precisamos no entanto, aceíta-la, e aprender a conviver com a antinomia; que na verdade é uma aparente oposição entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana.

A Bíblia demonstra claramente que como Rei, Deus ordena e controla todas as coisas, principalmente todas as ações dos homens, segundo seus propósitos eternos. Sendo assim, os ouvintes da mensagem do evangelho são responsáveis por suas escolhas que fazem; tanto por suas reações e se caso rejeitam as boas novas, tornar-se culpados de incredulidade. Os homens são agentes morais responsáveis, ainda que sejam, mesmo assim ao mesmo tempo também, são controlados por Deus.
Nas Escrituras Sagradas, não olhamos nem uma guerra entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana. Elas não são vizinhas briguentas. São na verdade amigas e trabalham juntas para glória de Deus.



Evangelização
Como cristão temos todos nós responsabilidades quanto à evangelização. Quatro questões: O que é evangelização? Qual é o conteúdo da mensagem evangelística? Qual é o motivo para evangelizar? Quais são os meios e os métodos que deveriam ser praticados na evangelização?

O que é evangelização?
Muitos querem definir a evangelização em termos não de uma mensagem anunciada, mas de um efeito produzido em nossos ouvintes. Logo evangelizar é apresentar a Jesus Cristo, como Senhor e Filho Divino que se tornou homem em um ponto particular da história, a fim de salvar e libertar uma raça arruinada.
Evangelização significa tornar público, literalmente significa “boas-novas”.

Qual é o conteúdo  da mensagem evangelística?
O evangelho de Cristo crucificado; a natureza do pecado do homem caído, e da graça de Deus e do perdão divino. A verdadeira mensagem do evangelho: “crer no Senhor Jesus, que morreu pelos pecadores, e agora oferece a si mesmo como oferta para salvação”.

Qual é o motivo para a evangelização?
O que nos estimula a evangelização ou deveria: O amor de Deus-Pai e a preocupação com sua glória e o amor ao homem e a preocupação com seu bem-estar. Se verdadeiramente amamos a Deus, devemos nos preocupamos sempre em glorificá-lo, e também obedecermos aos seus mandamentos, e a evangelização é um deles.

Quais são os meios e os métodos que deveriam ser praticados na evangelização?
A bastante controvérsia sobre os métodos de evangelização. Num análise última, biblicamente falando há somente um meio de evangelização: que é o evangelho de Jesus Cristo explicado e aplicado. A fé para salvação gera arrependimento, os dois elementos complementares de que consiste a conversão, acontecem em resposta ao evangelho de Cristo.

Soberania Divina e Evangelização
A evangelização trata-se da tarefa primordial atribuida a toda a igreja de Cristo sobre a terra; comunicando assim, a mensagem do Criador à humanidade caída e rebelde. A boas-novas começa com uma boa notícia e termina com um convite e chamado ao arrependimento.
A onde entra a fé na soberania de Deus em tudo isso? O Deus soberano das Escrituras é tanto Senhor quando Legislador no seu mundo; ele é tanto Rei de suas criaturas quanto Juiz. Então, não nos restam dúvidas que o homem é responsável  diante do Criador, pois Deus é o Legislador que fixou deveres, e o Juiz Supremo que cobra se eles foram, ou serão obedecidos. A responsabilidade do homem pelos seus atos e a soberania de Deus sobre esses mesmos atos são verdadeiramente e igualmente reais e definitivos, desse modo permanece o fato de que a evangelização é necessária, porque nenhum ser humano pode ou deverá ser salvo sem o evangelho. Deus é soberano de fato! Na evangelização nossa confiança deve estar depositada no Deus que ressuscita mortos.
Todos nós seremos capazes de evangelizar melhor se cremos nessa doutrina.

Por: Reverendo Silvio Ribeiro