RESUMO
Silvio Ribeiro Fernandes
GOLDSWORTHY,
G (pp. 217-370). Pregando toda a Bíblia como
escritura Cristã: a aplicação da teologia bíblica à pregação expositiva (Tradução
Francisco Wellington Ferreira). – 1.ed. - São José dos Campos, SP: Editora
Fiel, 2013.
PREGANDO
TODA A BÍBLIA COMO ESCRITURA CRISTÃ
CRISTO EM TODAS AS ESCRITURAS
Questões
práticas da Bíblia para pregação.
Levamos em conta alguns
dos principais gêneros literários da Bíblia, a partir disso será relevante para
o pregador listar todos os gêneros literários da Bíblia, pois a literatura será
usada para cumprir funções diferentes.
Por gênero literário
podemos definir por certas características comuns que nos capacitam a distingui-los
de outros textos, pois ao identificarmos o gênero literário, nos capacitará a
evitar a leitura de determinados textos como algo que não é.
A progressão histórica
Vemos que as principais
características dos gêneros literários nunca podem ser examinadas a parte do
seu contexto, tanto da sua história, bem como da história da salvação.
As épocas teológicas
A Bíblia, como palavra divina,
está dentro de um contexto específico conhecido como história da salvação e, por
isso, a teologia bíblica mostra-nos a estrutura geral da revelação bíblica.
Será sempre relevante para os pregadores a seguinte pergunta: “O sermão
mostrou-se relevante, como também o texto, e dá testemunho autêntico de
Cristo?”
PREGANDO
COM BASE EM TEXTOS NARRATIVOS HISTÓRICOS DO A.T.
É importante distinguirmos
entre duas abordagens amplas e diferentes em se tratando de pregação dentro dos
textos de narrativas históricas. Precisamos analisar com cautela os grandes
personagens da Bíblia, à luz da história da salvação. Ao confeccionarmos nosso
sermão, será de suma importância o seguinte lembrete: as boas novas é o plano
maior de Deus anterior ao processo histórico da velha aliança. Quando a
narrativa é divorciada de sua estrutura maior histórica, torna-se a teologia
distorcida. O básico de qualquer sermão bíblico é a “Cristocentricidade” (a
história de Cristo como centro de tudo).
PREGANDO COM BASE NA LEI DO A.T.
A lei foi dada ao povo de
Israel pela graça de Deus. Pela lei era impossível obter a salvação, pois a
mesma era uma instrução para o povo israelita. Nossa abordagem da lei-graça
será a seguinte: a lei de Deus foi dada no Sinai e seguindo sua interpretação
chegaremos ao Novo Testamento.
As leis civis aplicavam-se
à comunidade de Israel, agora a nova comunidade é definida pelo que ela é em
Jesus Cristo. A lei de Deus tem de ser entendida somente no contexto redentivo.
O verdadeiro filho de Deus veio para cumprir a lei no nosso lugar (Mt 5:17).
Para pregarmos sobre a lei, devemos revelar a seriedade do pecado para então
levar a Cristo.
PREGANDO COM BASE NOS PROFETAS DO ANTIGO
TESTEMANTO
A profecia era sempre
vista pelo povo de Israel como um todo. O primeiro personagem a ser chamado de
profeta foi nosso pai na fé Abraão (Gn 20:7). Os grandes profetas, tanto maiores
quanto menores, abrangeram todo o longo período do Antigo Testamento, que vai
do reino dividido até o fim do Antigo Testamento. Cada profeta tem uma mensagem
puramente distinta, sempre relacionada à situação histórica de seu povo, do
qual estava destinado sua mensagem profética. Ao pregarmos, o pregador terá
bastante cuidado em colocar os profetas na estrutura histórica e redentora.
Os profetas do Antigo Testamento
nunca observaram uma solução para os problemas sociais de sua nação, que não
fossem por meio da obra salvadora do Deus da aliança.
PREGANDO COM BASES NA LITERATURA DE
SABEDORIA
Há
na Bíblia Sagrada dois tipos de sabedoria: a de Deus e a do homem. Os expositores
da literatura de sabedoria devem ter em mente a possibilidade de algumas
expressões de sabedoria que aparecem em todos os tipos de textos do Antigo Testamento.
A sabedoria bíblica tem a ver com a percepção e o entendimento verdadeiro da
realidade, pois a mesma chama a nossa atenção à responsabilidade de tentarmos
entender o sentido da vida à luz da revelação de Cristo, para aí sim tomarmos
decisões que sejam sábias. Por isso, há um grande perigo em pregar sermões em
textos de sabedoria, pois corremos um grande perigo de isolar pequenas porções
do texto de seu contexto literário e de seu contexto histórico-redentivo.
PREGANDO COM BASE NOS SALMOS
Os Salmos têm
por grande característica encorajar os fiéis para relacionarem sua fé salvífica
com as atividades da vida cotidiana, portanto, o saltério tem por finalidade
refletir as obras do Deus da aliança e os fracassos do seu povo eleito.
Os Salmos são
colocados no contexto da teologia bíblica para conhecermos melhor de cada
assunto dos mesmos. O saltério é o mais citado nos textos do Novo Testamento.
Há grandes
evidências que Jesus usou bastante os Salmos como fonte de seu ensino canônico,
por isso se faz necessário a seguinte pergunta: como eles podem dar testemunho
de Jesus?
Assim sendo,
os Salmos é um valioso compêndio teológico e bíblico. Eles são bastante
apropriados para sermões expositivos em série ou até mesmo temáticos.
PREGANDO COM BASE EM TEXTOS
APOCALÍPTICOS
Para muitos pregadores
parece que pregar em textos apocalípticos não soará bem. Esses textos
compartilham certas características, sendo a primordial delas uma perspectiva
sobre a escatologia que vai além da ênfase geral da escatologia profética.
O livro do profeta Daniel
e a visão de Zacarias são desafios interessantes para o pregador, tal como o
discurso de Jesus no Monte das Oliveiras, conhecido como o pequeno apocalipse.
A palavra apocalipse
significa revelação, reconhecidamente que o seu uso no gênero literário determina
um tipo de revelação específica. Apocalipse tem por afinidade o livro do Apocalipse.
Para descobrirmos os gêneros apocalípticos devemos nos nortear pelo princípio
básico: a Escritura interpreta a própria escritura.
PREGANDO COM BASE NOS EVANGELHOS
A
maioria dos pregadores gostam e acham que dominam a pregação a partir dos
evangelhos, um grande perigo, pois situar os evangelhos em seu contexto bíblico
teológico não é tarefa fácil. Pregar com base nos evangelhos se faz necessário
a atenção em tudo que Jesus disse até a sua crucificação e morte, ele o disse
em antecipação à ressurreição. A maioria das declarações do mestre Jesus devem
ser entendidas como preparatórias para estes eventos citados acima, pois as
narrativas dos evangelhos nos movem da expectativa do cumprimento da esperança
do Antigo Testamento através dos eventos críticos no ministério de Jesus. Não há
evangelho no Antigo Testamento, mas no Novo Testamento há testemunho sobre o
evangelho do Antigo Testamento, pois há uma continuidade histórica entre ambos.
A estrutura do evangelho
deve estar sempre em nosso pensamento quando formos planejar uma série de
sermões. Essa é uma verdade pertinente à teologia bíblica, colocando as
narrativas em seu contexto canônico.
PREGANDO
COM BASE EM ATOS E NAS EPÍSTOLAS
A função da teologia
bíblica é trazer o contexto dos vários textos do Novo Testamento. Eles não mantêm
a mesma relação com os eventos chaves do evangelho: nascimento, crucificação,
morte e ressurreição de Cristo. Provavelmente as epístolas são documentos
bíblicos que temos mais próximos de nossa atual situação, entretanto há consideráveis
diferenças que o pregador precisará considerar quando for aplicá-la à realidade
de seus ouvintes.
O pregador deverá levar
em conta a transição (a partir de Atos) de Jesus ao estar presente em carne
para sua ausência na carne, e agora presente no Espírito Santo. Uma questão
tratada como: continuidade e descontinuidade, entre o Pentecoste e nós mesmos.
Há algumas considerações
importantes para nós: as epístolas em sua maioria são dirigidas às situações históricas
específicas, todavia, as mesmas levam consigo uma autoridade que as tornam
totalmente aplicáveis de uma maneira geral e abrangente aos dias atuais.
Devemos observar algumas
características teológicas e literárias que são peculiares nas epístolas, pois
o pregador precisa levar em conta quando estiver envolvido no processo da
exegese para seu sermão. Do ponto de vista da teologia bíblica, devemos levar
em consideração que a função das mesmas seja, em termos gerais, entendida e
exposta.
Não
se pode apresentar sermão algum à parte da ênfase principal, que é Jesus
Cristo, que contêm nas epístolas, e isto é uma grande observação para exposição
das epístolas.
PREGANDO TEOLOGIA BÍBLICA
O principal esforço foi
estabelecer o lugar de destaque merecido que a teologia bíblica merece na
pregação em qualquer tipo de sermão.
Há que se respeitar o
princípio maior que qualquer texto ou pessoa é parte de uma unidade que dará
testemunho fiel de Jesus.
A teologia bíblica é de
um estimável valor, pois nos ajudará a entender o contexto real, e ajuda-nos no
estudo da pregação ao resumir a estrutura da revelação que afeta entendimento
de personagens e temas importantes e cruciais das escrituras: o foco da
história da salvação e redenção.
Num esquema simples,
podemos demonstrar a abordagem temática da teologia bíblica: (A) O reino
revelado na história de Israel; (B) O reino revelado na escatologia profética;
e (C) O reino revelado e cumprido em Cristo. Essas são as três principais bases
para uma boa teologia bíblica, pois fazer teologia bíblica é muito maior que
uma simples pesquisa. Sua principal ênfase é considerar o contexto escolhido dentro
da teologia bíblica.
A natureza da Bíblia
deverá reger nossa preparação e exposição, por isso precisamos reconhecer o
devido lugar da teologia bíblica na preparação e entrega do sermão dentro de
uma perspectiva da revelação bíblica. Alguns exemplos e conceitos da teologia
bíblica:
·
Reino de Deus
·
Regeneração
·
Aliança
Aplicando tipologia:
Deus revelou as verdades bíblicas fundamentais por meio de uma sombra (tipo) e
depois concretizou no antítipo.
·
Tipologia explícita.
·
Tipologia implícita.
“Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as
Escrituras”
(Lc 24:45)
Por: Reverendo Silvio Ribeiro Fernandes
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