Essa
pergunta se faz realmente necessária? Sim! Por que confundimos pregação com
várias coisas dentro do culto ou encontros em nossos templos religiosos. Saber
o valor e, o que é a pregação, ajudará no progresso da igreja de Jesus Cristo
sobre a terra.
A pregação na verdade é algo
básico, e fácil. Pregar nada mais é, do que falar das grandezas de Deus expostas
nas palavras canônicas dos 66 livros da Bíblia Sagrada. A pregação é o meio
pelo qual Deus realiza seus propósitos eternos (Sl 139) e compartilha com sua
igreja amada. Por isso a pregação bíblica se faz necessário para sobrevivência
de uma igreja saudável. O Reverendo Hernandes Dias Lopes diz: “A pregação expositiva é um dos melhores
instrumentos para produzir o crescimento sadio da igreja”.[1]
Pregar é de certa forma; comunicar as grandezas de Deus manifestada na
pessoa de Jesus Cristo.
Por isso, que a pregação
bíblica jamais poderá ser terceirizada por: teatro, entretenimento, músicas, coaching
etc. A pregação foi, e continua sendo a maior ferramenta de Deus para o
crescimento do seu rebanho. Nosso Senhor Jesus relatou o seguinte: “Jesus, porém, lhes
disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue
também ali, pois para isso que eu vim” (Mc
1.38). Nosso mestre Jesus deu
ênfase ao ministério da pregação.
- A FUNÇÃO
DA PREGAÇÃO NA VIDA DA IGREJA
Se a
pregação bíblica é essencial para o crescimento e fortalecimento da igreja, uma
segunda pergunta se faz necessária: qual a função da pregação na vida da
igreja? Se a pregação expositiva faz parte da característica de uma igreja
considerada bíblica e saudável, devemos agora saber porque, ou seja, qual sua
função no corpo de Cristo e na igreja local. O saudoso John Stott disse: “A pregação é indispensável para o
cristianismo”.[2] A pregação tem uma
função didática e pedagógica para igreja. Seu poder traz benefícios incontáveis
para caminhada dos discípulos de Cristo, pois a mesma tem poder para: alimentar
e nutrir (1Pe 2.2), fazer crescer (2Pe 3.18), fazer-nos amar há todos indistintamente (Mt 5.38-48; 22.15-22) etc.
Uma função primordial da
pregação bíblica é levar os ouvintes a Cristo, sabemos que toda a Escritura
Sagrada aponta para um único alvo: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida
eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.35). De Gênesis
a apocalipse Jesus Cristo é o tema central dos oráculos de Deus (Rm 3.2; Hb 5.12; 1Pe 4.11). Por isso observamos, que o
assunto central dentro da história da redenção é apontar para o sacrifício
vigário de Cristo (Is 52.13-15; Lc 24.13-53).
Testemunhos pessoais por, mais
que seja edificante; não é pregação! Goldsworthy diz: “Pregar sobre nós mesmos, nossos problemas e nosso caminho para uma
vida melhor, e fazer isso sem qualquer apelo à importância do evangelho, é
distorcer radicalmente o entendimento da humanidade e o significado da
Escritura”[3].
Uma pregação que não leva seus ouvintes a Cristo, não é uma pregação bíblica!
- A PREGAÇÃO
VISANDO O DISCIPULADO
O
Método Expositivo de Jesus visava o Discipulado bíblico através da exposição
das Escrituras, pois nosso Senhor, mirava sempre o coração do ouvinte: “Se alguém vem a
mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e
ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26). Observamos
nas palavras iniciais de Jesus o verdadeiro custo do discipulado bíblico na
vida dos seus discípulos.
A pregação visava o
crescimento e amadurecimento dos discípulos; por isso Jesus exigia total
desprendimento das coisas do mundo: “E qualquer que não tomar sua cruz e vier após mim não pode
ser meu discípulo” (Lc 14.27; cf. Tg 4.1-4). Para Jesus, todo o bom
discípulo, era um arauto, ou seja, emissário, enviado ou mensageiro (Mc 16.15).
Todas as prerrogativas atribuídas aos discípulos de Cristo.
Na
Perícope em questão (Lc 14.25-33) observamos que
o Dr. Lucas faz uso do verbo grego: “μισέω” (misein), sendo este semelhante
ao verbo hebraico שָׂנֵא (sane) que o Senhor Jesus usou, o termo quer dizer não
somente “odiar”, mas também “amar menos’’ (Gn 29.31,33; Dt 21.15), “não
amar igual a outro”, “não amar com a
mesma intensidade” (Mt 10.37). O que Jesus
quer ensinar a seus discípulos, é que o amor que seus seguidores devem ter por
Ele, deve ser tão grande, que o melhor amor humano é ódio em comparação.
A
pregação visa o fortalecimento do discípulo de Cristo (2Pe
3.18). Através da pregação nosso Mestre Jesus educa seus seguidores no
caminho que devem andar e permanecer (Jo 14.6,15).
Jesus usava sempre seu método pedagógico para ensinar as Escrituras Sagradas
aos seus ouvintes, através da exposição bíblica.
O que são, afinal, práticas
pedagógicas?
As
práticas pedagógicas se organizam intencionalmente para atender a determinadas
expectativas educacionais solicitadas/requeridas por uma dada comunidade
social.
Sua
representatividade e seu valor advêm de pactos sociais, de negociações e
deliberações com um coletivo. Ou seja, as práticas pedagógicas se organizam e
se desenvolvem por adesão, por negociação, ou, ainda, por imposição.[4]
Toda pregação
tem uma função didática, o evangelho tem por objetivo maior; reconciliar o
pecador, com seu criador (Deus) através do sacrifício vigário de Jesus Cristo (1Tm 2.5; Hb 12.14).
Observamos
no método expositivo de Jesus, que uma mudança era necessária a nível de coração
(Jr 17.9,10), seu discipulado visava o coração
doente dos pecadores (Rm 3.23) por isso a mudança era necessária a nível de
coração: “O que
contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o
que contamina o homem” (Mt 15: 10-11).
A Pregação visando o discipulado tinha um foco; a glória de Deus! Os seguidores deveriam calcular, verificar se realmente estavam dispostos a seguir a Jesus (Lc 14.28-32).
Por: Reverendo Silvio Ribeiro
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
ALMEIDA, João Ferreira - Bíblia Sagrada / João Ferreira de
Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2ª Ed: São Paulo: Sociedade Bíblica do
Brasil,1999. 896 p. ISBN: 978-85-311-0273-8.
GOLDSWORTHY, Graeme. - Pregando toda Bíblia como Escritura cristã:
a aplicação da teologia bíblica à pregação expositiva. Graeme Goldsworthy. 2ª
Ed: São Paulo: Editora Fiel, 2013.
GINGRICH,
F. Wilbur. – Léxico do Novo Testamento:
grego, português / F. Wilbur Gingrich. São Paulo, SP. Editora: Vida Nova,
2007. ISBN: 978-85-275-0085-2.
GONÇALVES,
Augusto, Barbosa (Org.) – Pregação na
Pós-Modernidade / Leonardo F. Gonçalves, Michel Augusto e Herbert Barbosa
(organizadores) Brasília, DF. Editora Cruz, 2020. ISBN: 978-85-87427-02.
MORRIS,
Leon L. - Lucas – Introdução e
comentário. Série Cultura Bíblica / Leon L. Morris. 1ª Edição. São Paulo,
SP. Editora: Vida Nova. 2007. ISBN: 978.85-275-0158-3.
REIMER,
Johannes. – Liderando pela Pregação: Uma
visão diferenciada / Johannes Reimer. Curitiba, PR: Editora Evangélica
Esperança, 2011. ISBN: 978-85-7839-4.
STOTT, John. Eu creio na pregação / John Stott. 2º Ed: São Paulo: Vida Nova,
2003. ISBN: 85-7367-693-0.
Sites
consultados: https://pontodidatica.com.br e https://bibliotecabiblica.blogspot.com
[1] LOPES, Hernandes Dias.
– Pregação Expositiva. (2008). Pág. 13.
[2] STOTT, John – Eu Creio
na Pregação. (2003). Pág. 8.
[3] GOLDSWORTHY, Graeme. –
Pregando toda Bíblia como Escritura Cristã. (2013). Pág. 113.